31 outubro 2007

O Miradouro...

Como eu gosto de ir àquele miradouro. Como me sinto ali bem.
É a vista, o cheiro a rio, a ponte imponente sobre o Tejo, a sombra daquela folhagem, a magnífica copa das árvores, a água ainda contemplada pelo Adamastor…
E todas as pessoas que por ali já passaram e as que ali se detém a observar o mesmo que eu.
Mas cada um com a sua interpretação.
Cada um com os seus sentimentos e sensações que os levam a ir ali.
Hoje, amanhã, todos os dias.
Sempre que apetece.
Porque sabe bem estar ali.
Mesmo que não se vá ali fazer nada de especial.
Apenas olhar para a paisagem. Estar na esplanda a contemplá-la ou a conversar.
Dia ou noite. Sentir o que aquele espaço nos transmite. Aproveita-lo. Desfrutá-lo.
Quantas cidades não se orgulhariam de ter também um miradouro como aquele? O que não davam para ter uma vista maravilhosa para um rio, dia e noite, como nós temos?
Temos de nos orgulhar disso!
Existem muitas pessoas que não utilizam este tipo de espaços. Não sabem o prazer que dá saboreá-los, não pensam sequer neles, no que significam, no que para eles simbolizam.
Se calhar, nada.
Para muitos, estes espaços são apenas de passagem, residuais, servindo apenas de elo para outro sítio que querem realmente alcançar. Passam pelo miradouro sem olharem para ele. Sem apreciarem o ambiente envolvente. Nem o olham.
Com medo?
Cegas.
Mas na realidade são capazes de passar uma vida inteira a fazer determinados trajectos sempre iguais. Todos os dias iguais e, nunca apreciarem a verdadeira beleza de cada espaço, e deixar que ele lhes penetre na alma.
Ser capazes de parar e ir ali um bocadinho ver a paisagem, desfrutar do ar que ali se respira.
Mas não. Já é sempre tarde para ficar mais um bocadinho. Já está sempre na hora de ir.
Fica para outro dia.
E assim se deixam de aproveitar belos espaços da cidade.
E assim se adiam as coisas boas da vida…

1 comentário:

Unknown disse...

O miradouro, lembro-me perfeitamente da primeira vez q foi lá, aliás, acho q ja te disse isto várias vzs... o miradouro, o miradouro, tenho saudades dele, saudades dos q n conheço e de repente deu-me umas saudades do guel e da sombra do vento...