27 março 2009

Desconstruir conceitos...


Talvez a importância de hoje em dia desconstruirmos os conceitos vigentes, seja fundamental para que certas coisas sejam possíveis de existir.
O facto de pensarmos que determinada coisa faz-se de X maneira, parece que nos impede tremendamente de a mudarmos, apenas porque ela se faz assim e nem sequer se põe em questão, poder fazê-la de outra forma. Nem sequer se põe a hipótese, porque "isso, faz-se assim". Mesmo que isso implique todo um conjunto de repercussões indesejáveis que na verdade gostaríamos de ultrapassar e eliminar.

Daí a importância de às vezes sermos um pouco mais flexíveis e desconstruirmos certos conceitos estritos e pré-estabelecidos de certas coisas. Porque só assim outras coisas poderão igualmente ser alcançadas. E só dessa forma, coisas talvez mais importantes que esses rigores, sejam possíveis tornar real...


25 março 2009

Sem relógio...

Andar por aí... sem rumo... pelas ruelas típicas das áreas mais antigas da cidade... Caminhar à deriva... observar a paisagem, absorvê-la e registá-la interiormente...
Contornar os lugares com os olhos... gravá-los nos nossos sentidos... e depositar todas essas imagens e recordações no amontoado de memórias que vivem dentro de nós...


Andar sem pressa... sem tempo cronometrado... Tocar a paisagem com o olfacto... sentir penetrar dentro de nós, todos os movimentos vibrantes que fazem levitar os nossos sentidos...
Gravar os sons da calçada e das gentes nas nossas memórias, para os revermos mais tarde sempre que quisermos... em qualquer altura, em qualquer lugar...
Andar por aí... pelas ruas típicas da cidade... perdida... sem rumo... sem relógio... ao sabor do vento e ao ritmo do sol... coleccionando memórias...


23 março 2009

Alienação galáctica...


Haverá sensação melhor do que nos conseguirmos evadir do sítio onde estamos... e planar noutra dimensão?
Talvez seja uma das melhores capacidades que se pode ter...
Estar fisicamente num determinado sítio, mas mentalmente nem sabermos onde estamos... tal é o estado de alienação deste mundo físico onde o nosso corpo assenta.
Estar fisicamente com os pés no chão, mas mentalmente noutra dimensão... com os pensamentos a planar noutra galáxia... muito longe daqui...
Ser capaz de estar no meio de uma grande multidão psicologicamente unidireccionada e mentalmente estar em todos os lugares menos naquele...
Estar inserido num grupo de pessoas a falar, mas no fundo estar muito longe dele... e nem sequer ouvir sobre o que se está a conversar...
O estar alienado do real, ou daquilo que dizemos que é o real... porque cada um tem a sua própria realidade.
O conseguir estar constantemente noutra dimensão, muito longe deste planeta... mesmo que essa alienação se deva a pensamentos e situações imaginárias ou não... A alienação só por si já é possível se conseguirmos dar forma mental ao nosso imaginário.
A nossa imaginação noutra dimensão provoca um estado de evasão tal... no qual podemos encontrar muitas mais soluções e respostas às coisas mais banais da vida e da transcendência da vida...
Basta nos concentrarmos, deixarmo-nos ir e envolvermo-nos nesse imaginário que nos provoca uma alienação galáctica...

21 março 2009

Cemitério cósmico...


A imaginação, é talvez uma das melhores capacidades humanas, o conseguir ver coisas fora da nossa dimensão....
Temos muitas capacidades, e o cérebro humano é de facto espantoso pelas qualidades que possui... Mas a imaginação... a capacidade de conseguir sonhar... é sem dúvida genial!
A imaginação em tempo real, enquanto estamos acordados e conscientes, é já de si fantástica... o conseguirmos pensar em algo que não existe. E mais espectacular é então a capacidade de sonharmos e conseguirmos transcender-nos a nós próprios inconscientemente.

Sonhar, talvez uma das melhores coisas que conseguimos fazer, quando a nossa alma está noutra dimensão. O conseguir construir enredos, inventar cenários, misturar pessoas, lugares e situações... e formar algo que na verdade nem sabemos bem definir. Apenas sabemos que partes desse puzzle existem na realidade, e em separado umas das outras. Mas porque será que nos sonhos as misturamos? E porque é que misturamos essas e não outras?

Nos sonhos encontrarmos em nós mesmos uma outra dimensão de viver...
Os sonhos não necessitam de ser estritamente sonhos! Se nos sentimos confortáveis neles, os sonhos podem ser reais. Basta querermos que essa seja a nossa realidade, e transportarmo-nos para lá. Ou transportar os sonhos para esta realidade mais palpável. No fundo a linha que separa as duas realidades não é assim tão linear e definida.

Enquanto a realidade que vivemos não pode ser transformada em sonho, os nossos sonhos podem ser uma outra realidade de nós próprios. E podemos estar em duas realidades simultaneamente.
Na verdade, conseguimos ter vidas paralelas numa só. Não só porque conseguimos viver duas realidades numa, como numa realidade podemos viver duas vidas... esta e as outras em que antes já estivemos...

Os nossos sonhos, apenas são fragmentos de outras vidas que já existiram... em tempos incertos e em locais indefinidos... Os nossos sonhos são uma imaginação inconsciente de pedaços de vidas e de realidades sonhadas e vividas que levemente flutuam pelo cosmos...
Os sonhos levitam no universo suspenso. E apenas chegam a nós, quando estamos receptivos a eles. Por isso também há quem não sonhe, ou quem não se lembre do que sonhou.
Os sonhos que nunca mais chegam a nenhuma alma inconsciente é porque não são mais sonhos vivos... são sonhos mortos que mais ninguém pode sonhar... e que ficam perdidos a levitar no universo suspenso... no infinito cemitério cósmico...


19 março 2009

Dia do Pai :-)


Hoje é dia do Pai :)
Não é feriado, não é um dia propriamente festivo, nem conduz a comemorações de escala planetária como o Natal ou o Ano Novo. Mas talvez sejam estes dias que no fundo têm muito mais significado para as pessoas, do que os feriados onde se comemoram coisas religiosas, que muitas vezes nem sabemos exactamente bem porque é que existem!
Hoje é só dia do Pai. A palavra é pequenina, mas grandiosa. Pequenas letras que significam grandes pessoas. Porque na verdades todos nós as temos.

Será que pelo menos por um dia sabemos dar valor a estas pequenas grandes coisas da vida? Coisas que realmente importam, em detrimento de futilidades infantis e mesquinhas?
Porque muitas das coisas que infelizmente hoje em dia grande parte das pessoas se importa, têm invariavelmente um cariz obsessivamente material, e as coisas que realmente importam na vida são frequentemente ignoradas, de tal modo que "já é hábito".

Em vez do comum acto de dar dinheiro para receber um objecto (que não passa disso mesmo, de um mero objecto!)... que tal darmos um pouco mais de afecto para receber um pouco mais de carinho?
Porque no fundo, todos temos na vida coisas pequenas e coisas grandes, mas essas são apenas as passageiras... porque as pequenas grandes coisas da nossa existência, são para toda a vida...

Feliz Dia do Pai :)


11 março 2009

Blowing in the wind…

Uma das canções mais emblemáticas dos anos 60, obra do poeta do rock Robert Zimmerman, mais conhecido por Bob Dylan.

Hino utilizado na luta que a juventude americana e todo o mundo iniciaram, e ganharam, para terminar a nefasta Guerra do Vietname.



Aos 21 anos, Bob Dylan compõe a música “Blowin’ in the Wind”… 1962... Tempos de crise, guerras, discriminação racial e religiosa, conflitos sociais, violência, ódio...



A letra levanta uma série de questões filosóficas sobre a paz, a guerra, a compaixão, a liberdade.


É o enfoque de esperança com que são tratados estes temas transcendentes e intemporais, que permite conservar a sua vigência mais de 40 anos depois...


How many roads must a man walk down, before they call him a man?

Yes, and how many seas must a white dove sail, before she sleeps in the sand?

And how many times must the cannonballs fly, before they are forever banned?

The answer my friend, is blowing in the wind...

The answer is blowing in the wind…


The answer my friend, is blowing in the wind...

The answer is blowing in the wind…

How many years must a mountain exist, before it is washed to the sea?

Yes, and how many years can some people exist, before they’re allowed to be free?

And, how many times can a man turn his head, and pretend that he just doesn’t see ?

The answer my friend, is blowing in the wind...

The answer is blowing in the wind…


The answer my friend, is blowing in the wind...

The answer is blowing in the wind…

How many times must a man look up, before he can see the sky?

Yes, and how many ears must one man have, before he can hear people cry?

And how many deaths will it take ‘till he knows, that too many people are dying?

The answer my friend, is blowing in the wind...

The answer is blowing in the wind…

The answer my friend, is blowing in the wind...

The answer is blowing in the wind…



The answer my friend, is blowing in the wind...

The answer is blowing in the wind…


10 março 2009

Riqueza ou Pobreza?

Um dia o pai endinheirado levou o seu filho a viajar com o propósito de lhe mostrar quantas pessoas viviam de forma diferente deles… e o quão pobres eram algumas famílias…

Ao chegar a determinado sítio, passaram todo o dia e uma noite numa humilde casa de uma família muito pobre…

Quando regressaram desta experiência, o pai perguntou ao seu filho:

- Então, que te pareceu a viagem?

- Muito bem pai!

- Viste como vivem os pobres?

- Sim.

- E que aprendeste?

O seu filho, então respondeu:

- Eu vi que nós temos um cão em casa, eles têm quatro.

Nós temos uma piscina que ocupa meio jardim, eles têm um rio que não tem fim.

Nós temos um solário iluminado com luz, eles têm o céu iluminado com todas as estrelas e a lua.

Nós temos um jardim com portão de entrada, eles têm o bosque inteiro.

Enquanto o pequeno respondia, o pai não conseguiu articular palavra, tal era o seu assombro…

- Obrigado pai, por me mostrares o quão pobre nós somos!



Quando medimos o que temos, o resultado da medição depende de como vimos as coisas… Se temos, amor, amigos, saúde, bom humor e atitudes positivas para com a vida, temos tudo! Mas se formos pobres de espírito… não temos nada…

06 março 2009

Marés...

Todas as coisas têm o seu ritmo próprio... e nós não devemos ter a pretensão de o querer alterar...
Porque as coisas são assim. E pronto.
E para as coisas mudarem de alguma forma, era preciso todo um conjunto infinito de factores a ser conjugados para que algo mudasse de rumo.
E embora às vezes a nossa vontade seja muita, de que algo mude, de que as coisas fiquem diferentes... temos de ter consciência, e por mais que queiramos, não conseguimos fazer a significativa diferença que tencionamos ou que gostaríamos.
E por isso se às vezes nos chateamos porque as coisas são X e deviam ser Y... ou que o tempo passa depressa demais e nem temos tempo para fazer X e Y, e temos de optar só por uma.... ou que o tempo passa tão devagar que já estamos fartos de determinada coisa...

Isso não interessa. A não ser apenas a nós mesmos.
Nenhuma das nossas reclamações tem significado algum no sentido de algo mudar por as termos exprimido.
Por isso, em vez de nos queixarmos que as coisas não são como queríamos, e nunca nada é como gostávamos... temos de pensar que as coisas não podem agradar a todos... E coisas que agora não nos agradam a nós, agradam aos outros e vice-versa.
As coisas nunca podem ser à vontade de todos, isso seria impossível. Há sempre alguém que nunca concorda. Apenas se faz o melhor, dentro do possível.
Mas as pessoas contestam sempre, porque nunca está bem, nunca está como elas queriam.
Mas quem reclama e também não dá sugestões, nem se oferece para fazer melhor, também não conta. Quem diz mal e não se oferece nem dá ideias para fazer melhor, não tem moral nenhuma para falar mal seja do que for.
E por isso as pessoas revoltam-se, rabujam, fazem chinfrim, muito barulho, dizem mal de tudo e mais alguma coisa... mas também quando é hora de falar a sério, põem-se para trás... escondem-se a tentar que "não me vejam".
É a mais pura cobardia.
Ou assumem que fazem algo, ou então calam-se!
Fazer alarido de conteúdo oco, é de um nível muito baixo.

E como as coisas não mudam para o modo como nós gostamos, assim num estalar de dedos, o melhor mesmo é nós aproveitarmos o melhor delas. E o melhor que elas têm para nos dar... e irmos na onda...
Porque nada é mais desgastante, física e psicologicamente, do que tentarmos constantemente contrariar algo em vão...
Gastamos as nossas energias todas estupidamente...
E as coisas não mudam... Tudo fica igual...
Porque as coisas são assim... As coisas têm o seu ritmo próprio e não mudam quando nós simplesmente queremos... Mudam quando têm de mudar...
E não vale de nada tentarmos ir sempre contra a maré, estar sempre a remar contra as ondas... é um desgaste inglório!
Apenas devemos estar cientes do que queremos, saber aquilo que tencionamos fazer, e o caminho que pretendemos realmente seguir. Estar seguros das nossas metas e objectivos a atingir.
Porque de nada vale o vento estar a nosso favor, se não sabemos para onde ir...