13 julho 2011

Paraísos...


Até hoje, que se saiba, ninguém definiu de forma suficientemente aceitável a natureza do paraíso, os seus limites e configurações.
Achamos que isto e aquilo são o paraíso, a fronteira entre o lugar que habitamos e o lugar que queremos habitar.
Mas não há, até hoje, que se saiba, descrição exacta do lugar onde fica o paraíso, território de circunstância e de silêncio (o paraíso teria de ser necessariamente silencioso, para uns), onde não está em causa falar-se de felicidade.

Os lugares vão desaparecendo...
Com eles, a nossa memória tem a tendência natural para criar outros espaços de paixão e de deslumbramento, de afectividade e de aventura.
Por princípio, diz-se que esses são os últimos paraísos...

07 julho 2011

Rituais Vudus no Benin...


Este estado de crise por que passa a actual sociedade… onde frequentemente os limites entre civilização e barbárie são rompidos… é como uma cegueira decorrente do avanço irrefreado do consumismo desenfreado e do materialismo, fazendo com que os homens percam a consciência de si, se deformem, se massifiquem e se barbarizem...

É como uma cegueira que promove a ruptura com a nossa própria essência, a compaixão, o cuidado, a solidariedade...

Estamos cegos. Cegos que vêem. Cegos que, vendo, não vêem.

Nesta sociedade actual falta-nos filosofia, reflexão, pensar... e precisamos do trabalho de pensar! Mas sem ideias nem ideais, não vamos a parte nenhuma…

Falamos muito ao longo destes últimos anos dos direitos humanos, mas simplesmente deixamos de falar de uma coisa muito simples... que são os deveres humanos, que são sempre deveres em relação aos outros, sobretudo.

E é essa indiferença em relação ao outro, essa espécie de desprezo do outro… tem algum sentido numa situação ou no quadro de existência de uma espécie que se diz racional…?

O egoísmo pessoal, o comodismo, a falta de generosidade, as pequenas cobardias do quotidiano, tudo isto contribui para essa perniciosa forma de cegueira mental... que consiste em estar no mundo e não ver o mundo ou só ver dele o que, em cada momento, for susceptível de servir os nossos interesses…