21 junho 2009

Uma questão de perspectiva...


As pequenas coisas da vida são aquelas que realmente nos dão mais prazer.
Às vezes andamos cansados e fartos da monótona rotina diária e queixamo-nos continuamente que precisamos de "mudar de vida", que isto "não pode continuar assim", e que já estamos fartos dos dias serem sempre iguais uns aos outros, quase como se fossem todos repetidos. E que passamos dias, semanas, meses de vida que em nada nos sentimos diferentes, porque nada mudou, tudo continua igual pela monotonia de que a nossa vida está a ser alvo.

Mas às vezes, por pequenas coisas, pequenos passeios, apenas por irmos a um lugar fora do habitual... nem nos damos conta que esses bocadinhos podem tomar uma outra forma. Que facilmente podemos dar um outro brilho e intensidade às nossas vidas através de simples atitudes diárias.

Não é preciso muito... basta ter espírito e vontade de mudar, e não nos encostarmos ao lema do queixume constante de que tudo vai mal e nada pode mudar mais.
Essa inércia só rebaixa e consome a pouca energia que ainda nos resta para mudar!
Se tivermos atitude, e abrirmos os nossos horizontes, vemos que se calhar não é assim tão difícil melhorar algumas das coisas pelas quais nos estamos sempre a queixar...

Basta valorizar ainda o que temos, as oportunidades e minimizar os aspectos negativos.
É uma questão de mentalização e atitude. Centrarmos as nossas energias e esforços naquilo que realmente é importante e focar-nos nesse âmbito para trazer alguma mudança aos nossos dias e às nossas vidas.


Às vezes são simples gestos e pequenas coisas que fazem a diferença... um passeio diferente, ir a um lugar fora do normal, dar uma volta a um sítio que já tínhamos saudades, ir tomar um café na companhia de alguém que gostamos, ir a um lugar especial e bonito, abraçar longamente alguém que gostamos, dar mimos a alguém nos é muito especial e querido... tirar tempo para pensarmos e estarmos connosco mesmos, longe de tudo.

São pequenas coisas de reduzida dimensão, mas de grande escala ao nível individual de realização pessoal. E se nos concentrarmos nelas, vemos que realmente são elas que nos dão força, energia, vitalidade e sentido de vida aos nossos dias... e fazem de cada dia, a nossa razão de viver.

Basta abrir os olhos e ter um outro olhar sobre as coisas e o mundo. Basta vermos as coisas de outra forma.
Cada um de nós é que decide como quer ver as coisas... é uma questão de perspectiva...
Afinal, é preciso muito pouco para se ser feliz...



14 junho 2009

O Semeador de Estrelas...


O Semeador de Estrelas é uma estátua que está em Kaunas, na Lituânia.

Durante o dia até pode passar despercebida... Um bronze a mais... herança da época soviética...


Mas quando a noite chega, a estátua justifica o seu título... Com a escuridão... o seu nome passa a fazer todo o sentido...


:)


13 junho 2009

Nas sombras do lixo...


"... Interessa-lhe afugentar a solidão e não perder muito tempo a tentar compreender que neste mundo cão, nada vale um chavo se não tivermos alguém com quem o partilhar... "


"... Já sabe o essencial. O resto aprende-o e saboreia-o de caminho..."

07 junho 2009

Noites...


Era de noite, uma noite escura como bréu... e as estrelas viam-se na perfeição do céu a cintilar...
E nós ali estávamos todos, no alto daquela íngreme e isolada colina, no meio do nada... banhados pelo luar...
Não sabemos como ali fomos ter, nem de onde viemos... Apenas estávamos a passear para desmoer o jantar que já tinha sido fora de horas, e tomámos o caminho de uma isolada e estreita estrada de alcatrão já gasto pelo tempo.

A princípio quando começámos a caminhar ao longo dessa estrada, íamos em linha recta e sempre em frente por um descampado, mas à medida que avançávamos... esta foi progressivamente ficando cada vez mais inclinada e ligeiramente tortuosa... apesar de o suficientemente larga para dar perfeitamente para andar a pé...
Mas nem soubémos bem de onde é que veio a estrada... somente entrámos nela em algum bocado do seu troço...
Apenas à medida que caminhámos e ela foi subindo uma ligeira colina, foi-se progressivamente enchendo de frondosas árvores à sua vota, que a ladeavam a todo o seu redor, deixando no entanto penetrar o brilho das estrelas e a luz da lua, que era a única coisa que tínhamos para nos guiar...
E à medida que fomos subindo, enormes e majestosos ciprestes nos acompanhavam e se apresentavam austeramente a ladear a estrada que era o nosso único caminho...

E quando chegámos lá acima, depois de muito andar, a estrada começou a planar... e após uma acentuada curva, deparámo-nos com uma clareira onde as árvores mais frondosas tinham dado lugar apenas aos ciprestes que pontuavam o limite de um vasto e amplo espaço, que não era mais do que a continuação da estrada que até aí tínhamos vindo a subir...
E ali ficámos meio atónitos, especados, sem saber o que dizer...

E nesse amplo espaço, diante de nós, erguia-se imponente, e de feições austeras, um enorme e majestoso casarão apalaçado, com altos torreões, arquitectonicamente exuberante e uma dimensão cruel...
Estava mergulhado na penumbra e fora invadido por frondosas vegetações arbustivas que o abraçavam e violavam a toda a sua volta, penetrando nas suas ranhuras e fissuras mais recônditas como que o prendendo àquele lugar sem fim... sugando-o para as suas raízes profundas...
Estava submerso em teias de aranha e os ramos das árvores que o amarravam, conferiam-lhe um aspecto obscuro e medonho...
Encarcerado por um grande portão de ferro enferrujado pelo tempo, era inatingível pelo cadeado que o encerrava a qualquer vento que ali quisesse entrar... negando-se prontamente a sua entrada.

Certamente aquele lugar havia sido fechado há muito tempo e nunca ninguém lá voltara a entrar.
Foi provavelmente habitado há tempos infinitos, mas ou pelo seu isolamento, ou maldição que aparentava possuir, e devorar e sugar quem quer que se atrevesse ali a entrar naquele lugar... Certamente por ali ficou quem se atreveu a visitá-lo, sem deixar o menor rasto da sua existência terrena...
E nós ali ficámos um tempo indefinido a olhar para aquela presença austera, aterradora e ao mesmo tempo misteriosa, sem saber o que dizer... Apenas com a ténue iluminação lunar, em silêncio, entreolhados pelo espanto, terror e admiração...

Mergulhámos petrificados num silêncio profundo, onde apenas se ouvia o vento a ressoar em círculos cortantes nos ciprestes que nos rodeavam a nós e àquele estranho, distante e desconhecido lugar.
Ali nos detivémos sem proferir palavra, ainda estonteados pelo que acabávamos de presenciar.
Mas algo cortou o silêncio.

Ouvimos passos que se aproximavam, vindos de algum lado, que nos fizeram temer até às entranhas mais profundas.
Não estávamos sozinhos? Não tínhamos subido toda aquela estrada sozinhos? Teria mais alguém nos acompanhado ao longo de todo o caminho sem darmos conta?

Quando nos voltámos para trás para ver o que se passava, os ciprestes tinham-nos cercado a toda a volta, já não havia o caminho que nos ali tinha levado.
Algo rangeu.
Voltámo-nos e olhámos em frente para o austero casarão. E reparámos que o cadeado estava solto e o gigantesco portão de ferro entreaberto...

Sentimos arrepios por todo o corpo...
Ouvimos mais alguns passos. E quando nos voltámos para trás, algo negro como breu surgiu furtivamente por detrás dos ciprestes e se lançou medonhamente sobre nós.
Depois disso, tudo ficou escuro.


Eu conheço aquele lugar... Já lá estive uma vez, há muito tempo...


01 junho 2009

Dia Mundial da Criança...


Se quisermos modificar alguma coisa, é pelas crianças que devemos começar... São elas a origem e as raízes do que queremos para o nosso futuro... é nelas que temos de apostar, a todos os níveis!

Educai as crianças e não será necessário castigar os homens!
Se realmente queremos mudanças, comecemos pelas crianças!

Feliz dia da Criança... a todas as crianças... e a todos aqueles que nunca deixaram de sentir dentro de si, a presença viva de uma criança :)