25 abril 2008

X e Y ...

Em determinadas alturas na vida passamos por fases nas quais idealizámos fazer coisas X, ter X condições, ir a X sítios, com um tipo X de pessoas e ter um estilo de vida X… porque é X que associamos àquela fase da vida. É com X que nos identificamos realmente para viver aquele momento!

No entanto, quando chegamos a essa fase da vida para a qual idealizámos X, deparamo-nos com Y!

Fazemos coisas Y, as condições são Y, as pessoas são Y e acabamos por ter um estilo de vida Y. Não quer dizer que seja propriamente mau…! Mas não era aquilo que idealizámos para essa fase da vida.

Tínhamos mesmo pensado em X!

Y não era exactamente aquilo com que nos identificámos para aquele momento…

E mesmo que não nos demos propriamente mal com as coisas Y, na verdade ficamos sempre a pensar em X… fazemos comparações, avaliamos as vantagens e desvantagens de cada um, pesamos as coisas… continuando na mesma, no entanto, em Y…

O que de certa forma, e dado que não é propriamente mau nem bom, é diferente, a pessoa acaba por se habituar… ao estilo de vida Y, às pessoas Y, aos hábitos Y, aos sítios Y e acaba por até ver algumas vantagens e gostar… acabando às vezes por esquecer X…


...


Mas enquanto estamos nessa fase da vida a viver Y, às vezes deparamo-nos com X… situações X, estamos com pessoas X, em sítios X… temos por algum tempo um estilo de vida X…

E apesar de ser X aquilo com que nos identificávamos ao princípio, e de pensarmos mesmo muitas vezes em X enquanto estamos em Y… depois de termos estado tanto tempo em Y, agora o X parece-nos já estranho…!

Lá no fundo, diríamos na mesma que era com X que nos identificamos, mas depois de termos estado tanto tempo em ambiente Y, o X já estava muito longe de nós… já era uma coisa quase idílica!

Já quase nem acreditamos que desejámos X!

Mas ao mesmo tempo ainda sentimos que temos alguma ligação e afinidade com X, porque quando se têm um contacto com algo que muito desejámos, esse contacto é forte! E marca!

E faz-nos por momentos imaginar que estamos mesmo a viver X! E isso acaba por ser um choque! Passar de repente de Y para X! Como se Y fosse um minuto e se tivesse um momento de X por segundos! Uma coisa que até nos abana e nos faz sentir balançar…

E no fundo pensamos… afinal somos X ou Y ?

X era aquilo com que nos identificávamos, embora toda a sua essência tenha sido brutalmente esventrada… e Y porque nos fomos subtilmente acomodando, pelo normal devir da vida…

E neste balanço sentimos, que não somos nem uma nem outra coisa… sentimo-nos esquisitos… sentimo-nos estranhos…



É destes balanços entre X e Y de que a vida é feita...



24 abril 2008

Viver em grupo…

Ultimamente até me têm apetecido bastante escrever... e embora não o ande a fazer, nem é devido à falta de tempo que tão frequentemente alego… é mesmo porque no momento em que me apetece fazê-lo, nem sempre é mais apropriado…

No entanto, há sempre coisas que ao fim de uns tempos, ficam retidas na mente… como a polpa ou as natas que ficaram no passador.

A convivência em grupo é das coisas que mais nos ensina na vida… é como que o mestre da vida em sociedade.

Porque embora, mesmo nos às vezes não gostando, temos de reconhecer que é o maior ensaio que podemos ter para a vida em comunidade. Contrariamente às pessoas que estão cada vez mais individualistas, a nível mundial há cada vez mais a componente da união de todos e da vida em grupo, consagrada em tantos tratados e convenções que preconizam a união entre as pessoas. Contraditório, não?

Mas a verdade é que é a vida em grupo que nos ensina muita coisa… e às vezes é preciso pouco, para se aprender muito!

Pequenos pormenores, podem significar muito! Pequenos detalhes, podem decidir muita coisa! Assim como fracções de olhar podem dizer mais que qualquer palavra!

E também aprendemos, depois de determinadas circunstâncias e situações, à segunda vez já não cometer o mesmo erro. Por isso, nenhuma das experiências é para desperdiçar.

E uma última coisa, a qual a maior parte das vezes agimos como se fossemos sempre nós os detentores da razão ou do conhecimento… acima de tudo temos de ter sempre consciência de que somos quase sempre nós a aprender com os outros, e não o contrário!

Porque a palavra é prata… mas o silêncio, é ouro!

...


Há coisas que achava, mas já deixei de achar...



21 abril 2008

Nós e os outros...


Duas crianças estavam patinando num lago congelado da Alemanha.
Era uma tarde nublada e fria, e as crianças brincavam despreocupadas.
De repente, o gelo quebrou-se e uma delas caiu, ficando presa na fenda que se formou.
A outra, vendo o seu amiguinho preso e a congelar, tirou um dos patins e começou a golpear o gelo com todas as suas forças, conseguindo por fim quebrá-lo e libertar o amigo.
Quando os bombeiros chegaram e viram o que tinha acontecido, perguntaram ao menino:
- Como conseguiste fazer isso? É impossível que tenhas conseguido quebrar o gelo, sendo tão pequeno e com mãos tão frágeis!
Nesse instante, um senhor que passava pelo local, comentou:
- Eu sei como ele conseguiu.
Todos perguntaram:
- Pode-nos dizer como???
- É simples! - respondeu o senhor - Não havia ninguém ao seu redor, para lhe dizer que não seria capaz...

...


Fazer ou não fazer algo, só depende de nossa vontade e perseverança...
Devemo-nos preocupar mais com a nossa consciência do que com a nossaa reputação.
Porque a nossa consciência é o que nós somos, e a nossa reputação é o que os outros pensam de nós.
E o que os outros pensam, é problema deles...


20 abril 2008

Lua Cheia...

Todos os meses temos o maravilhoso espectáculo da Lua Cheia… porém, quantos de nós se detém por um pouco que seja, a observá-la?
A contemplar uma tão grande força do cosmos, que simboliza e representa todas as nossas emoções, sensações, pensamentos, que rege a parte mais íntima que há em nós…
Quantos de nós, apenas ignoramos este maravilhoso espectáculo da natureza, apenas porque não temos tempo…?
Quem pode ser feliz sem nunca se ter detido por momentos a observar a lua?
E contemplar toda a beleza que ela emana e a energia interior que ela nos transmite?
É redonda, perfeita!
É um todo inconfundível.
Rege a nossa vida, embora muitos de nós não compreendam isso…
Nasce todos os dias a Oriente e vai para Oeste…
Como é possível conseguir resistir a contemplá-la?

13 abril 2008

Daquelas noites...

6h da manhã...
Chegar a casa... atirar a roupa para um canto do quarto...
Depois trato disso amanhã...
Cair na cama, como quem cai sobre uma nuvem...
Inspirar fundo...
Como foi boa a noite... e como a companhia tanto para isso contribuiu também!
Tantas gargalhadas... risos... muito boa disposição... conversas... passeios... conhecer novas pessoas... diversão... muitos beijos... muitos abraços.... cantar... dançar... rir... chorar a rir...
Como sabe bem sair com pessoas que estão sempre bem dispostas, e dispostas a estar ali connosco!
Descontraídas, sem outra preocupação a não ser aproveitar aquele mesmo momento!
Porque depois... depois logo se vê!

É daquelas noites que não me importava de ter mais vezes...

09 abril 2008

Grande discurso...

Aqui está um tipo de discurso que, para além da opção religiosa, gostaria de ver o nosso e outros primeiro-ministros fazerem nos respectivos países.
Em alto e bom som, para que não houvesse dúvidas!

Discurso do ex Primeiro Ministro Australiano John Howard à Comunidade Muçulmana:

"Os imigrantes não-australianos devem adaptar-se. É pegar ou largar!
Estou cansado de saber que esta nação se inquieta ao ofendermos certos indivíduos ou a sua cultura. Desde os ataques terroristas em Bali, assistimos a uma subida de patriotismo na maioria do Australianos.
A nossa cultura está desenvolvida desde há mais de dois séculos de lutas, de habilidade e de vitórias de milhões de homens e mulheres que procuraram a liberdade.
A nossa língua oficial é o Inglês; não é o Espanhol, o Libanês, o Árabe, o Chinês, o Japonês, ou qualquer outra língua. Por conseguinte, se desejam fazer parte da nossa sociedade, aprendam a nossa língua!
A maior parte do Australianos crê em Deus. Não se trata de uma obrigação cristã, de influência da direita ou pressão política, mas é um facto, porque homens e mulheres fundaram esta nação sobre princípios cristãos e isso é ensinado oficialmente. Se isso vos ofende, sugiro-vos então que encarem outra parte do mundo como o vosso país de acolhimento, porque Deus faz parte da nossa cultura.
Nós aceitaremos as vossas crenças sem fazer perguntas. Tudo o que vos pedimos é que aceitem as nossas e vivam em harmonia e em paz connosco.
Este é o nosso país, a nossa terra e o nosso estilo de vida.
E oferecemos-vos a oportunidade de aproveitar tudo isto.

Mas, se vocês tem muitas razões de queixa, se estão fartos da nossa bandeira, do nosso compromisso, das nossas crenças ou do nosso estilo de vida, incentivo-os fortemente a tirarem partido de uma outra grande liberdade autraliana: o direito de partir!
Se não são felizes aqui, então partam!
Não vos forçamos a vir para aqui.
Vocês pediram para vir para cá.
Então, aceitem o país que vos aceitou!"

08 abril 2008

"#$%&$"#$&%...

Há sempre quem nos critique! Às vezes mesmo sem razão!
O quanto isso irrita! Cambada de mentes fechadas!
Se às vezes tomamos opções diferentes, não é por receio, ou pelas razões que sabemos estarem a passar nas cabeças das pessoas… é mesmo porque às vezes nos apetece pôr a nossa vida a tomar outro rumo, experimentar coisas diferentes, ver como as coisas funcionam sob outro ponto de vista…
Embora haja pessoas que não compreendam isso… de tão cegas pela rotina monótona do quotidiano que estão.
E como tal, também é preciso ter paciência para ignorar as bocas e os comentários de baixo nível de que às vezes somos alvo…

06 abril 2008

Espaços...

A cidade de Lisboa tem cantinhos tão doces, tão antigos, cuja fisionomia lhes confere um toque tão saboroso…
E às vezes na pressa do dia-a-dia, nem lhes damos o devido valor…
Às vezes é preciso olhos vindos de fora, estrangeiros alertarem-nos para isso mesmo.
Foi o caso de uma rapariga que o semestre passado sugeriu como tema para o seu seminário o Jardim do Príncipe Real…
Parece que se fez luz!
Ou melhor… ainda mais luz!
Até gosto bastante daquele jardim… e das poucas vezes que lá fui, apreciei bastante o ambiente que lá se vive, prometendo sempre que não vai levar muito tempo até à próxima vez que voltar lá.
O que mais me impressionou foi o facto de a rapariga, sendo de fora, estando cá há tão pouco tempo, foi logo escolher um local que se calhar muitos dos que estavam na sala nem conheciam sequer…
E com tantos temas mais banais, surpreendeu-me o facto de ela com tão pouco tempo de estadia em Lisboa, na cidade, foi logo reparar num espaço que para muitos que passam por lá todos os dias, nem sequer lhe ligam e até mesmo desviam o olhar no caminho de volta a casa ao final do dia…

05 abril 2008

Diversidade Standardizada...

Às vezes há saudades de uma boa conversa… sobre o que quer que seja… com quem quer que seja…
Quando já se está farto de banalidades, de conversas ocas, apetece algo mais… alguma coisa mais recheada de conteúdo…
As vezes apetece começar a falar do nada com as pessoas com quem nos cruzamos, e que inspiram certos temas de conversa… Obviamente que não o fazemos, iriam achar-nos doidos… iam? Iam mesmo? Será que lá no fundo às vezes também não lhes apetece fazer o mesmo? Ou pelo menos coisas e vontades parecidas?

É difícil explicar o agradável de uma boa conversa, o como é bom trocar ideias com alguém sobre tanta coisa… sobre o que se leu, sobre um filme que se viu, sobre uma notícia curiosa, uma nova descoberta… mas em especial sobre um livro que se leu.
Infelizmente estamos num país onde as pessoas ainda lêem pouco. Como era bom que esta tendência fosse invertida!
Pessoalmente adoro ler e tenho pena de não ter mais tempo para o fazer e para me dedicar ao livros…
Ler… pode parecer uma coisa super simples, mas é tão profundo… ao ler viajamos, sonhamos, imaginamos, vivemos… estamos noutro plano… longe daqui, muito longe…

E é provavelmente a falta de leitura, muita televisão, revistas cor-de-rosa e futilidade à mistura, que levam a que muitas pessoas até pareçam interessantes quando as conhecemos, mas ao abrirem a boca lá se vai a curiosidade…
É difícil hoje em dia ter uma conversa mais profunda com alguém, e as muitas conversas que se ouvem por aí são conduzidas por assuntos fúteis, de televisão, novelas e afins… São vazias, sem nada!
O caos cultural e cívico existente na sociedade é reflexo dessa mesma falta de apego aos livros como algo a estimar, e como qualquer coisa de valioso para a nossa pessoa.
Rejeitam os livros apenas se importando com a roupa, que telemóvel ter, se está a par dos acontecimentos da novela da noite… isso é que importa!
É muito difícil haver interligação ao nível de conversas, por mais que se tente, entre as pessoas que lêem ou estudam e aquelas que apenas vivem para o exterior, pois estas nem sequer se tentam cultivar através de pequenas coisas, actividades do dia-a-dia ou até mesmo tentar conversar coisas mais interessantes!

E depois a contrariar ainda mais esta tendência de se viver apenas para o exterior e para o “ter” em detrimento do “ser”, está o apelo cada vez maior ao físico, ao corpo, à roupa e acessórios que o enfeitam e que no fundo são o lustroso papel de embrulho de um pacote vazio.
E o mais curioso é que cada vez mais há uma maior diversidade de roupas, coisas, objectos… mas no fundo tudo isso é cada vez mais standardizado.
As pessoas no meio de tantas coisas por onde escolher e tanta oferta, acabam por ter um estilo igual a todas as outras!
E por isso, acabam por ir onde todas as outras vão, têm o mesmo estilo, hábitos, costumes, e fazem o mesmo tipo de coisas. Se é moda, vai tudo no mesmo barco! Só porque é moda? Então e a personalidade de cada um? São todos iguais e gostam todos da mesma coisa?

É nestes pequenos pormenores que se vê quem realmente tem personalidade e não vai atrás só pelos outros irem ou só porque é moda! Porque se realmente gosta daquilo que agora é moda, então já o deveria ter feito e demonstrado!
As pessoas que realmente se demarcam, que são diferentes e demonstram aquilo que são, normalmente não ligam a modas… e são realmente essas as diferentes! Originais! Mas por serem diferentes e não seguirem esse estilo comum, são consideradas diferentes e até mesmo um pouco marginalizadas, porque não seguem o dito “normal”. Mas no fundo são as que têm personalidade! Porque independente daquilo que é vigente, eles tem o seu próprio estilo e maneira de ser! Porque as outras deixam-se ir pelas regras que dita a moda… independentemente se se identificam com isso ou não…