27 maio 2009

Café...


Haverá algo mais banal do que tomar um café? Haverá atitude mais comum e antiga como a de ir beber um café?
Na verdade existem atitudes diárias tão enraizadas no nosso quotidiano, que estão tão impregnadas no nosso dia-a-dia, que às vezes já mal lhes sabemos reconhecer o valor que no fundo têm.
Beber um café. Ou até mesmo um chá. É um acto simples e muito frequente por muitas pessoas diariamente.
Será que é possível cada pessoa percepcionar o que individualmente lhe proporciona ir tomar um café?


"Vamos beber um café!"
O café deve ser das bebidas mais conhecidas e apreciadas em todo o mundo... Assumem muitos sabores e formas de apresentação, mas um café é sempre um café!
E quando se diz "café", o conceito que nos vem à cabeça é comum.



"Vamos beber um café!" O significado de ir beber um café, às vezes nem é pela bebida em si. É pelo acto em si de ir, que já está tão enraizado nos nossos dias.
Para além da ingestão da própria bebida, há uma arte no café. Há todo um requinte associado ao acto de tomar um café. Há todo um conjunto de dimensões intrínsecas a tomar um café, que às vezes nem nos damos bem conta.

Ir tomar um café é o ritual privilegiado do encontro e do convívio... Quando se toma um café, há todo um conjunto de dimensões que fortalecemos sem pensar...
O sentarmo-nos, que por si só já mostra que concedemos um pouco do nosso tempo àquele espaço que escolhemos como local para o nosso ritual diário. Após nos acomodarmos, o próprio acalmar e adaptar ao lugar... E toda a dimensão do convívio e da comunicação caso vamos acompanhados. É uma concessão de um pouco de nós próprios ao espaço, que em troca nos concede todo um conjunto de sensações de conforto e de prazer por ali estarmos.


E mesmo que nem sempre tenhamos muito tempo para beber um café, no tempo que realmente dedicamos ao acto em si, prevalece sempre a calma e o apreciar de todas as dimensões que confluem num acto afinal tão trivial do quotidiano...
Por mais curto que seja o instante que vamos tomar o café, a ele sempre rendemos a arte de pegar na chávena, trocar umas palavras, uns sorrisos, uma novidade e umas ideias... materializando tudo aquilo a que
no fundo associamos à arte de ir tomar um café...



1 comentário:

Luís disse...

Ah, acho que já sei o que queres dizer- quando nos vamos lá sentar, parece que nos colocamos numa situação muito privilegiada, muito segura, parece que ao nos afundarmos e ficarmos quietos, estamos a fazer um monte de bem, só podemos fazer tudo de bom, como conversar com alguém que não vemos há tempos, ou conversar com alguém de quem nunca nos fartamos, ou simplesmente deixar os momentos maus passarem sem nos ver. Ah, o café! Estou a ficar viciado, a sério. Mas então, a que é proporcional o número de cafés de um país? Geógrafa urbanista? :)

P.S.: Não achas estranho achares umas bolachas ranhosas como as OREOs amargas e o cafezito não?