04 julho 2010

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O amarelo da Carris,
vai da Alfama à Mouraria, quem diria!
Vai da Baixa ao Bairro Alto, trepa à Graça em sobressalto, sem saber geografia...

O amarelo da Carris, já teve um avô outrora, que era o Chora
Teve um pai americano, foi inglês por muito ano, só é português agora

Entram magalas, costureiras, descem senhoras petulantes
Entre a verdade, os peliscos e as peneiras, fica tudo como dantes

Quero um de quinze p'rá a PampuiaJá é mais caro este transporte
E qualquer dia, mudo a agulha porque a vida está pela hora da morte!

O amarelo da Carris,
tem misérias à socapa, que ele tapa
Tinha bancos de palhinha, hoje tem cabelos brancos, e os bancos são de napa

No amarelo da Carris já não há "pode seguir" para se ouvir
Hoje o pó que o faz andar, é o pó Tulavadar, com que ele se foi cobrir

Quando um rapaz empurra um velho ou se machuca uma criança
Então a gente vê ao espelho o atropelo e a ganância que nos cansa

E quando a malta fica à espera
... é que percebe como é
Passa à pendura, o pendura que não paga e não quer andar a pé

O amarelo da Carris, já teve um avô outrora, que era o Chora
Teve um pai americano, foi inglês por muito ano, só é português agora

Quando um rapaz empurra um velho ou se machuca uma criança
Então a gente vê ao espelho o atropelo e a ganância que nos cansa

Entram magalas, costureiras, descem senhoras petulantes
Entre a verdade, os peliscos e as peneiras, fica tudo como dantes

1 comentário:

Anónimo disse...

Música mai linda :D