"As
esculturas de Rablaci são compostas por laranjeiras arrancadas das suas
terras, com recurso a correntes, pregos e cordas; e as raízes estão
voltadas para cima, como forma de revelação do drama de danos ambientais
irreversíveis, aos quais o Homem submete a Natureza e a si mesmo.
O
trabalho do artista é uma reflexão sobre o desenraizamento, a solidão, e
a desconexão, que para muitos é interpretado como um processo criativo
que se refere ao abandono do respeito pela origem - de um solo fértil a
um solo infértil - que constitui uma metáfora da Natureza que agoniza,
como consequência dos mecanismos de produção humanos com os quais
compartilha o espaço.
A
escultura, que se funde com o orgânico, tem uma relação com a vida.
Essa árvore despida de terra, que resiste à morte, é uma árvore que
grita desesperada: troncos com os seus ramos voltados para o chão e as
suas raízes para o céu, subvertem a relação do erguido com o céu.
"A
obra de Rablaci encontra-se numa fronteira: recria uma natureza
fantástica a partir de um imaginário muito contemporâneo, em que tudo se
pode transformar num espectáculo, o espaço de contacto entre a Arte e a
Natureza."
Francisco Brugnoli
Curador do Museu de Arte Contemporânea da Faculdade de Artes da Universidade do Chile"
in Revista Municipal de Torres Vedras nº14, Maio Junho 2013
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