13 outubro 2012

Pre_textos...


Parabéns queridos Meridianos Paralelos. Desejo que perdures por muitos longos anos e que tenhas tudo de bom que mereces no meio desta blogosfera global impermanente, inconstante, assustadora, irrequieta, agitada, mediática, cansativa, em que qualquer coisa serve para postar, mais à procura de lucro com cliques fugazes dos leitores, do que propriamente com a satisfação de quem escreve posts. 

Fazes hoje 5 anos de existência. Uma quantia bem boa relativamente à média de sobrevivência e actualização dos blogues que há tempos ouvi ser cerca de 3 meses.
Não é que ande a vir muito frequentemente aqui. Realmente não. Mas o que é facto, e o que eu acho realmente importante, é que eu não me esqueço de ti e do que significas para mim. 
Por mais tempo que esteja sem estar contigo.
Por mais tempo que eu esteja ausente de ti, tu nunca estás ausente de mim.
E isso é que é especial.
E por isso, como prenda de anos, apesar tu seres sempre a minha prenda, deixo-te aqui um texto que já há tempos estou para postar aqui. E que não houve oportunidade entretanto, mas que hoje não há mais desculpas para outros entretanto's.
E este texto, de certa forma, aborda aquilo que faço através de ti. E acho que não são necessárias mais palavras. As que se seguem falam por si...

"Escrever é traduzir.
Mesmo quando estivermos a utilizar a nossa própria língua.
Transportamos o que vemos e o que sentimos para um código convencional de signos, a escrita... e deixamos às circunstâncias e aos acasos da comunicação, a responsabilidade de fazer chegar à inteligência do leitor, não tanto a integridade da experiência que nos propusemos transmitir... mas uma sombra, ao menos, do que no fundo do nosso espírito sabemos bem ser intraduzível. 
Por exemplo, a emoção pura de um encontro, o deslumbramento de uma descoberta, esse instante fugaz de silêncio anterior à palavra que vai ficar na memória, como o rasto de um sonho que o tempo não apagará por completo.
A expressão vocabular humana não sabe ainda e provavelmente não o saberá nunca, conhecer, reconhecer e comunicar tudo quanto é humanamente experimentável e sensível..."



E nestes últimos tempos, tenho-me lembrado muito destes dias... :)

13 agosto 2012

...


Obrigada pela companhia em tantas viagens.
Só vocês sabem os passos que foram.
RIP

Miradouro da Torre da Aspa

19 junho 2012

Grrr...


Existem poucas coisas que me irritam, e não me costumo enervar nem stressar com pequenas coisas, sem importância. Acho que é um dispêndio enorme da nossa preciosa energia, desgastar-nos com brigas, conversas, chatices, discussões que não levam a lado nenhum, enfim.
Muitas vezes se calhar as pessoas podem achar que não temos opinião porque não dizemos mais nada, enquanto todos os outros continuam numa grande algazarra expondo os seus mil pontos de vista, todos muitíssimo bem fundamentados, sobre determinado assunto.
Há sempre alguém que gosta de acrescentar mais algum aspecto, dizer mais alguma coisa sobre algo. 
E às vezes por mais estúpida que seja a coisa que se está a discutir, há quem continue insistindo no assunto, como se fosse algo de enorme relevância.

E é nesses momentos que às vezes fico calada.
Não porque não tenha opinião, mas simplesmente porque às vezes acho mesmo que não vale a pena sequer comentar determinadas coisas.
Além de que há situações em que, se não temos algo mais agradável que o silêncio, é melhor resumir-nos a ele.

E depois há outras situações, que talvez sejam as que me irritam mais.
Que é quando falo realmente a sério com alguém, mas esse alguém é descrente em relação a tudo o que digo, não acreditando e negando as minhas opiniões e convicções, mesmo que estas já durem desde que tenho memória de as ter.

Quando somos mais pequenos dizemos coisas que queremos fazer, ou que não queremos fazer, coisas que queremos ter ou não queremos ter.
E é normal, que tendo em conta que ainda somos novos, como não estamos consolidados ao nível da nossa personalidade, que desvalorizem algumas dessas coisas que dizemos... porque "ah, quando crescer há de mudar de ideias...", "agora diz isto, mas daqui a uns tempos vai ver que não é assim", e coisas do género.
Acho que é normal.

Mas quando crescemos, já temos alguma idade, ou pelo menos já temos perfeitamente consciência do que dizemos, acho que é muito infantil e desrespeitoso por parte dessas mesmas pessoas, continuarem a dizer esse tipo de coisas como se ainda tivéssemos 5 ou 6 anos...

Irrita-me solenemente que, quando expomos algumas das nossas ideias fixas que temos desde há muito tempo e algumas desde sempre mesmo, haja pessoas que digam "isso ainda vais mudar de ideias", "vais ver que ainda vais pensar de outra maneira", "ainda tens tempo de pensar melhor nisso", "não te preocupes, que isso passa"...

Irrita-me que não acreditem no que estou a dizer, se são ideias fixas que tenho desde sempre. 
Irrita-me que, lá por eu não pensar como a maioria das pessoas sobre determinados assuntos, quando falo com alguém sobre os mesmos, essas pessoas desvalorizem o que digo, em jeito de esperança e certeza que eu ainda mudo de ideias.
Para, no fundo, ficar a pensar como todos os outros.
Ou seja, não se permitem pontos de vista diferentes? Não se pode defender uma ideia, porque "isso há de passar, e hás de ficar a pensar como todos os outros"??

Odeio que quando exponho essas mesmas ideias, abanem a cabeça em jeito de "coitadinha, ainda não sabe o que diz".
Essas pessoas é que não sabem o que pensam. 
E também não sabem que me perdem.

Existem poucas coisas que me irritam.
Mas esta é uma delas.

29 maio 2012

InterFaces...


Lugares cheios de gente… são de todos e não são de ninguém…
Uns passeiam calma e lentamente porque tem imenso tempo, outros passam num voo veloz pelo corredor, porque estão atrasados para outro voo ainda mais veloz…
Mas ninguém se importa, ninguém liga.
Cada um está por si, procurando orientar-se numa selva de pessoas, que andam num frenesim de corredores e terminais, procurando indicações do seu destino, por meio de letras e números codificados de mil e uma maneiras…
Aos altifalantes vozes ecoam que “os passageiros X e Y estão atrasados para o voo Z”… que está a decorrer “a última chamada para o voo com destino a…”

Milhares de rostos com corpos ali se cruzam diariamente… mas os olhares desses rostos raramente se encontram…
Rostos… que cada um tem um destino em mente… cada um sabe para onde vai, mas muitos nem fazem ideia para o que vão…
Para uns já é uma rotina, mais uma viagem, mais um voo… para outros é uma aventura, ir conhecer algum sítio novo e isso vê-se no seu rosto entusiasmado.

Aeroportos são sempre sítios fantásticos, por tudo! As gentes, o ambiente, o movimento, a ideia de ir viajar, de partir, de chegar... lugares vivos, 24 horas por dia… Espaços multiculturais, com imensas pessoas de um lado para outro, turistas, pessoas de negócios, pessoas com pressa, pessoas na calma, bagagens, uma quantidade infinita de línguas diferentes que se ouve falar...
Aviões para todos os destinos, pessoas de todos os tipos, aquele frenesim da despedida até não se sabe quando, aquela ânsia de ir e voltar, chorar de alegria por rever pessoas que chegaram agora… férias, viajar, milhares de destinos no mundo...
 

Sítios de emoções, vibrantes, que gritam, que têm o coração a bater, lugares cheios de tudo e de todas as emoções... lugares vivos! 
Milhares de destinos se cruzam todos os dias, nesses lugares híbridos, cheios de vida, cronometrados ao minuto, onde os ponteiros do relógio governam as horas, os dias e a vida…

Lugares de todos e de ninguém… lugares de encontro, de chegada e partida, que simbolizam sempre um marco na vida de quem os visita. 
Seja lá qual for esse marco e qual a sua escala, intensidade ou importância.

Mas são lugares aos quais é impossível ficar indiferente, são vivos! 
E nunca morrem… porque ali o tempo não tem fim… ali o tempo é vivo… e assim nos faz sentir… porque há sempre mais um voo que podemos fazer…

13 maio 2012

"Freedom"... a floating scuplture...


Are we still able to stop, to meditate? To be glad and daydream? To be fond of the ancient power of water and wind? 

Are we able, do we want to associate ideas if today's sculptors offer ideas and visual thoughts to be associated?
Should we stop or keep running? By which may we gain more?


The glass object swimming on the water and bearing the reflection of its environment embodies our desired freedom. 
As a giant bird it would like to take wing just now and to forget about every trouble on earth.
Free, moved by the wind, it shows through its meditative movement that the world might also be thought of like that, there may be perhaps intellectual and spiritual tasks which are more important than everything else in the drifting of everyday routine.

And if we stop, are we able, do we want to actively take part in the composition of the accompanying world's movement into an image?
Are we able to abandon ourselves to the joys of interactive creation?


The sculpture created by the means of "minimal art" thus without instruments offers virtual image elements. 
Walking round the sculpture we ourselves may produce a steadily changing, film-like series of images depending on our intellect and visual ability. 
The spectator is not a sufferer of the sculpture but an organic associate creator of the artist.
The two glass sheets sloped connect the heaven with the earth.
Their transparency lets us see through thus background and foreground may be parts of the new spectacle at the same time. 
The events happening behind the sculpture may enter into the virtual image faintly occurring on the glass surface; they may become moving participants in it.
The non-reflecting surface also operating as a projection screen enables the live filming of the Sun's movement.
Thus a virtual bridge is being built between all components of the environment.

András Bojti
sculptor 

"Freedom" sculpture, Budapest, Hungary

13 abril 2012

Viver como as flores...


" - Mestre, como faço para não me aborrecer?
Algumas pessoas falam demais, outras são ignorantes.
Algumas são indiferentes.
Sinto ódio das que são mentirosas.
Sofro com as que caluniam.
 
- Pois viva como as flores! - advertiu o mestre.
 
- Como é viver como as flores? - perguntou o discípulo.
 
 - Repare nestas flores - continuou o mestre, apontando lírios que cresciam no jardim.
Elas nascem no esterco, entretanto, são puras e perfumadas.
Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche o fresco de suas pétalas.


É justo angustiar-se com as próprias culpas, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros o importunem. 
Os defeitos deles são deles e não seus.
Se não são seus, não há razão para aborrecimento.
Exercite a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora.
Isso é viver como as flores."

Autor desconhecido


07 abril 2012

Rostos do Mundo...


 
Praga, Novembro 2011
Budapeste, Novembro 2011




Budapeste, Novembro 2011




 Praga, Novembro 2011




Praga, Novembro 2011


Porque estes também são os rostos do mundo...

20 março 2012

Fantoches...


Que somos nós senão fantoches? Há algum passo que demos que não seja controlado e registado até ao mais ínfimo pormenor? O que é que fazemos que não é submetido de imediato ao maior e mais rigoroso controlo por instâncias e objectos que nos ultrapassam largamente o alcance?

Aquisições controladas, passos controlados, movimentos controlados, sentimentos controlados?
Não somos mais do que fantoches mortos, comandados lá bem de cima do topo da hierarquia tecnológica ditatorial, naquilo que fazemos, naquilo que consumimos, nos sítios onde vamos, no que somos.

Comandados, controlados, vigiados, direccionados, guiados em tudo, até no que sentimos.
Como marionetas desengonçadas que só se mexem porque nos orientam os movimentos, que só se viram para onde querem que nos viremos, que só fazem aquilo que querem que façamos.

E nem um piu. Sem poder hesitar na corda bamba. Sem poder opinar o que seja. Ou sais de cena.

E quando o espectáculo acaba, os fios que nos prendem e guiam, soltam-se. E caímos desamparados no chão, sem qualquer força para nos erguermos.
Qual é o fantoche que prossegue movimentos sozinho por si próprio, mesmo depois de terminado o espectáculo?


13 fevereiro 2012

Um quarto de século...


Caminhos que se entrecruzam... vidas prestes a se mudar para sempre...
Coincidências da vida, dirão alguns. 
O destino, o acaso, o inevitável, afirmarão outros...

Há quem afirme que as histórias, todas elas, desde o início dos tempos, se parecem, se repetem.
O que muda são os nomes, os detalhes, os corações...

E às vezes, quando já não se espera nada... encontra-se o que faltava para passar a ter tudo...


31 janeiro 2012

The Spiral...


The spiral is the symbol of life and death...


This spiral lies at that very point where inanimate matter is transformed into life.

I am convinced that the act of creation took place in form of a spiral.

Our whole life proceeds in spirals. Our earth describes a spiral course.
We move in circles, but we never come back to the same point. The circle is not closed. We only pass the same neighbourhood many times. It is characteristic of a spiral that it seems to be a circle, but is not closed.

The true spiral is not geometric but vegetative. It has swellings, becomes thinner and thicker and flows around obstacles which are in its way.

The spiral shows life and death in both directions. Starting from the center, the infinite small the spiral means birth and growth, but by getting bigger and bigger the spiral dilutes into the infinite space and dies off like waves which disappear in the calm waters.

On the contrary, if the spiral condenses from outer space, life starts from the infinite big, the spiral becomes more and more powerful and concentrates into the infinitely small which cannot be measured by man, because it is beyond our conception and we call it death.

The spiral grows and dies like a plant – the lines of the spiral, like a meandering river, follow the laws of growth of a plant. It takes its own course and goes along with it. In this way the spiral makes no mistakes.

Hundertwasser, April 1991


01 janeiro 2012

2012


Caminhos que se entrecruzam... vidas prestes a se mudar para sempre...
Coincidências da vida, dirão alguns. 
O destino, o acaso, o inevitável, afirmarão outros...

Há quem afirme que as histórias, todas elas, desde o início dos tempos, se parecem, se repetem.
O que muda são os nomes, os detalhes, os corações...

E às vezes, quando já não se espera nada... encontra-se o que faltava para passar a ter tudo...



Feliz 2012 para todos. Tudo de bom. Paz.