Estamos num mundo de competição, de competitividade, de ver quem é o melhor!
Um mundo de avaliações constantes e de testes permanentes. De testar as nossas capacidades ao máximo, de ver quem é o melhor, quem consegue, quem ultrapassa os obstáculos, quem segue em frente, quem tem os melhores resultados!
Um mundo de levar as emoções e as experiências ao máximo, ao rubro. No fundo, só para nos sobressairmos. Só para o bom, o melhor, se sobressair!
É o instinto animal humano.
Testar-nos... o tempo todo... constantemente... todo o gesto que fazemos é meticulosamente observado, analisado, avaliado, categorizado, escalonado, medido...
E se nós conseguirmos passar esses testes, o resto fica para trás.
Só quem prossegue, quem se aguenta, quem sobreviveu a todos os testes continua em frente...
E quem segue em frente, é sinal que conseguiu, que foi melhor, que venceu... mas vai só...
Para confirmarmos um pouco melhor esta fase ridícula pela qual andamos a passar, basta ligar a televisão e ver a enxorrada de programas que apelam constantemente a ver quem é que se sobressai, a apurar o nosso desempenho... as avaliações a que estamos constantemente a ser submetidos para apurar os melhores.
As capacidades que temos de mostrar ter, as qualificações que temos de apresentar, para tentar sempre ser o melhor e chegar mais acima e conseguir, e subir, e ... e... e... até cansa!
Desgasta qualquer um esta competição louca que não traz nenhuma felicidade, mas só angústia e tristeza de andarmos todos aqui a ver quem é o melhor.
E a competição cria rivalidades... e em vez de se criarem e fortalecerem laços, quebram-se.
Não há solidariedade, há egoísmo.
Não há entreajuda, há competição.
Não há doces caminhos a percorrer, há metas a atingir.
É triste, é muito triste, porque andamos aqui todos às cabeçadas aos murros e a competir sofregamente em prol da afamada coesão social...