27 novembro 2009

Serpente...


A verdadeira beleza da serpente não reside no facto de o seu veneno poder matar um homem em poucos segundos...

... mas o facto de esse animal, sem patas nem braços, ter conseguido enraizar profundamente na humanidade inteira, o terror face à sua espécie...


De uma forma tão profunda... que não o podemos expulsar dos nossos genes... e estamos condenados a temer esses répteis.

Instintivamente...

21 novembro 2009

Coesão competitiva...


Estamos num mundo de competição, de competitividade, de ver quem é o melhor!
Um mundo de avaliações constantes e de testes permanentes. De testar as nossas capacidades ao máximo, de ver quem é o melhor, quem consegue, quem ultrapassa os obstáculos, quem segue em frente, quem tem os melhores resultados!
Um mundo de levar as emoções e as experiências ao máximo, ao rubro. No fundo, só para nos sobressairmos. Só para o bom, o melhor, se sobressair!
É o instinto animal humano.

Testar-nos... o tempo todo... constantemente... todo o gesto que fazemos é meticulosamente observado, analisado, avaliado, categorizado, escalonado, medido...
E se nós conseguirmos passar esses testes, o resto fica para trás.
Só quem prossegue, quem se aguenta, quem sobreviveu a todos os testes continua em frente...
E quem segue em frente, é sinal que conseguiu, que foi melhor, que venceu... mas vai só...

Para confirmarmos um pouco melhor esta fase ridícula pela qual andamos a passar, basta ligar a televisão e ver a enxorrada de programas que apelam constantemente a ver quem é que se sobressai, a apurar o nosso desempenho... as avaliações a que estamos constantemente a ser submetidos para apurar os melhores.
As capacidades que temos de mostrar ter, as qualificações que temos de apresentar, para tentar sempre ser o melhor e chegar mais acima e conseguir, e subir, e ... e... e... até cansa!
Desgasta qualquer um esta competição louca que não traz nenhuma felicidade, mas só angústia e tristeza de andarmos todos aqui a ver quem é o melhor.

E a competição cria rivalidades... e em vez de se criarem e fortalecerem laços, quebram-se.
Não há solidariedade, há egoísmo.
Não há entreajuda, há competição.
Não há doces caminhos a percorrer, há metas a atingir.

É triste, é muito triste, porque andamos aqui todos às cabeçadas aos murros e a competir sofregamente em prol da afamada coesão social...


17 novembro 2009

Oportunidades...


Depende das oportunidades que casa um tem, é verdade... mas há pessoas que tem sorte!
Ou então é o destino, mais do que traçado pelos astros...

Será que apesar de fazermos algo que sempre desejámos fazer ou ser, não nos devíamos também abrir a outras coisas que antes nem sequer pensávamos...?
E não estar obcecados apenas com uma coisa já antiga e que se calhar para a qual nem temos assim tanto jeito como pensamos?

Apostar noutras coisas às vezes também pode ser bom... na verdade, às vezes pode ser o melhor que temos a fazer!


O problema de às vezes não nos mexermos mais ou arriscarmos mais, é porque estamos muito seguros de algo, de termos as coisas muito estáveis...
Às vezes até seria melhor nem todas as coisas estarem tão seguras para nós, para que possamos arriscar noutras...

Quanto mais temos, menos arriscamos.
A falta e a insegurança é precisamente aquilo que nos leva à iniciativa, a arriscar e dar um novo passo e a mudar certas coisas.

Às vezes, quem não tem nada é quem mais arrisca!
Exactamente porque não tem nada a perder!

Quem pode ter alguma coisa a perder, nem sequer se arrisca a poder ter algo mais ou diferente, só pelo receio de perder tudo...


13 novembro 2009

Encontros Paralelos...


Quando alguém nos compreende em tudo, mesmo até nas nossas entranhas mais profundas e recônditas...
Quando podemos falar com certas pessoas e dizer o que queremos e o que não queremos e tudo continua igual...

E quando sabemos que pensamos e dizemos coisas estranhas, mas para essas pessoas, não são coisas assim tão estranhas?

E quando não dizemos nada, mas isso fosse muito mais importante do que falar horas a fio...

Especialmente quando essas pessoas só se cruzaram connosco no mundo transcendente...

É porque as almas se tocam... mesmo à distância... Quando há coisas em comum, por mais estranhas que elas sejam...

É o mesmo que ser sempre de dia, mesmo que esteja de noite!
Porque há coisas e pessoas que mesmo longe, estão em todo o lado... basta nós queremos.

Nós não as tocamos. Elas existem fisicamente, mas nós nunca tivemos a sensação palpável delas. Mas sentimo-las como se as tivessemos sempre tido ao nosso lado.

Elas entranham-se nas profundezas do nosso ser como teias das quais não nos
conseguimos libertar... E quando nos tentamos libertar do emaranhado da teia, ela apenas existe na nossa cabeça?
Qual teia?

Foi tudo imaginação...


São como as sensações que essas pessoas nos fazem ter. Levitamos. Pairamos por aí. Andamos a flutuar como se não conseguíssemos tocar o chão mesmo que quiséssemos.

Fazem-nos com que o vento que nos bate na cara seja mais vigoroso e levante o cabelo fazendo-o ondular intensamente...


Conhecemos essas pessoas a meio do nosso trajecto da vida, mas parece que as sabemos desde sempre.
Será prenúncio de as termos visto noutra vida?
Talvez. Porque não?

Essas pessoas existem. Não estão fisicamente connosco. Mas caminham sempre junto a nós, ao nosso lado. Embora nunca as tenhamos visto.
Mas elas estão lá.

Estamos a caminhar na rua, sozinhos, mas na sua companhia. E podemos estar a milhas de distância delas.
Isso não faz mal. Elas estão em todo o lado onde formos.

Seguimos fisicamente rumos paralelos. Andamos lado a lado, mas nunca nos tocamos..
.

A nossa união é mental... percorremos caminhos distantes, mas existem coisas em que nos tocamos psicologicamente... Como os meridianos que percorrem todo o globo, cada um sozinho e independente no seu próprio trajecto... mas depois tocam-se harmoniosamente nos pólos, confluindo aí toda a essência do seu ser...

No fundo, é no que transcende a esfera deste mundo material que intersectamos essas pessoas, como os meridianos nos pólos... mas fisicamente a nossa passagem por aqui é feita apenas por rumos paralelos...

E essas pessoas são os nossos Meridianos Paralelos...

11 novembro 2009

Mudar de ideias...


Às vezes crucifixam-nos por mudarmos de ideias. E porque o que acabámos de dizer agora já não é o mesmo que pensávamos e dizíamos há um tempo atrás.
Bem, todos temos direito de mudar de ideias... na verdade nem sempre estamos iguais.
Afinal só as pessoas estreitas de mente é que não mudam de ideias. Só as mais limitadas e tacanhas é que nunca mudam a sua forma de pensar, nem as ideias que têm!
Se calhar nem as têm! São os outros que têm de ter por elas.
E, ironicamente, são essas mesmo que nos criticam.
Talvez não seja ironicamente.
É precisamente por serem assim que o fazem.

03 novembro 2009

Sedimentos de ideias...


Nada. O blog ultimamente não tem dito nada.
Nada. Nada mesmo.

Mas isso não quer dizer que não tenha nada para dizer. Aliás, até tem, e muito! Só que às vezes as condições físicas e psicológicas não são as mais próprias para escrever.

Ideias são mil e uma! E jorram como um rio de leito cheio...

Surgem muito frequentemente e transbordam de conteúdo...
Resultado de imaginação fértil? De experiências? Muita divagação? Novas situações?

Não sei... talvez até seja o conjunto de tudo isso... e a consequência é um borbulhar constante de uma sopa de ideias prestes a rebentar...
E no momento que surgem as ideias, apetece logo registá-las, para não as perder!
Mas nem sempre isso é oportuno... E depois acabam por se desvanecer com as horas do tempo...

Nem sempre é fácil segurá-las na mente, tal como há coisas na vida que não são fáceis de segurar.
Bem, algumas são, e não querem ser seguradas. E depois mais tarde quando voltam para as segurarmos, já não queremos, já passou o tempo... a oportunidade... o seu ciclo... o seu tempo...

Ack! Isto foram só umas dessas ideias que foram seguradas a tempo...