29 setembro 2008

Sítios e mundos...


Sei lá! Há tanta coisa que podia ser dita e não é! Bem, também há tanta coisa que é dita e redita mil vezes, tanto que até cansa... E essas são demais!
Parece que às vezes só se escreve palha, e tanto se redige e nada disso interessa... e por outro lado, as coisas que mais se deviam escrever e anunciar em letras BEM GRANDES, para todos os que as deviam ler, lessem mesmo... essas nunca aparecem...
Sei lá.
Acho isso mesmo.

Palha há muita. E há por todo lado, em todo o virar da esquina. As coisas realmente importantes só uma reduzida amostra da minoria é que tem acesso.
E quem devia ler isso não lê. Nem sequer lhe chega às mãos. Ou se chega, ignora. Ignora porque não é conveniente que se saiba que foi lido.
Para além de que muito do que é escrito não é realidade.
E mesmo se fosse realidade, lida pelos olhos de outro alguém que não o escreveu, já passa a ser outra realidade, porque cada um tem a sua.

Bem, mas assim não chegamos a lado nenhum!
Pois é. Não chegamos mesmo.

Talvez o problema seja que num mesmo sítio, grande ou pequeno, conforme o contexto e dependendo do ponto de vista, há mundos muito diferentes.
Mundos realmente muuuuito diferentes.
E esses mundos não se tocam. Nem sequer numa única tangente!

E como é possível então viverem no mesmo sítio? Sem que uns compreendam os outros, e todos dependam uns dos outros?

Há qualquer erro certamente. Há alguém que fica mal. Há alguém que, com tudo isto, fica na mó de baixo.
E são sempre os mais fracos.
Como de costume.
Isso já não é de admirar.

Mas se talvez se tentasse que houvesse uma maior proximidade de comunicação, talvez as coisas começassem a ganhar forma, e a tomar um caminho.
Se houvesse um maior diálogo, mas um diálogo a sério, um diálogo prático! E não um diálogo teórico... cheio daquelas coisas bonitas de dizer e agradáveis de se ouvir... que todos gostam, e acenam que sim...
Um diálogo sem adjectivos que embelezem, e mascarem o evidente, o real.
Uma coisa simples, directa, que atravessasse esses dois mundos que até agora nunca se tocaram. E que realmente começasse a haver um efeito de mancha de óleo, e uma mistura (a dita mescla!) de um mundo no outro... talvez assim houvesse mais compreensão, tolerância, respeito e justiça.

Utopias?
Talvez.
Mas o que é certo é que se noutros sítios essas utopias funcionam, aqui também poderiam.

28 setembro 2008

Coisas estranhas da vida...

Há coisas estranhas... ou então somos nós que em certas alturas nos sentimos estranhos demais perante as coisas, pessoas e situações.
Especialmente pessoas.

Por exemplo, certas pessoas com quem outrora já nos demos tanto e tão intimamente, há tantos anos atrás... é estranho encontrar-nos e apenas dizer:
- "Olá, tudo bem?"
- "Então, tudo bem contigo?"
...

E a conversa não passa disso mesmo.
Ou melhor, acaba logo ali.

Não é que nos tenhamos zangado com as pessoas... de modo algum!
Apenas fomo-nos afastando lentamente, pelo normal devir da vida, uma coisa natural.

Mas será que quando vemos essas pessoas, elas ainda se lembram de alguma coisa do tempo que éramos mais próximas?
Ou quando dizem "Olá, tudo bem?" é mais por obrigação e diplomacia, do que propriamente prazer ou vontade de nos ver e cumprimentar a sério? E na verdade estão estalando que a conversa acabe por ali, para se irem embora... ?

O que também é igualmente estranho é que enquanto nos estamos a dar com as pessoas, achamos sempre que nos vamos continuar a dar assim... e parece que às vezes nem temos muita consciência de que as coisas um dia vão acabar por ali.
Sem que nós estejamos à espera disso.
Ou então, como alguém uma vez me disse: "Bem, mais tarde ou mais cedo isso também ia acabar."
Como se fosse uma premissa, as coisas terem mesmo de acabar. Como se começar implicasse obrigatoriamente acabar.

É assim. São algumas (das muitas) coisas estranhas da vida.

27 setembro 2008

Noites...

Já foi há algum tempo... mas como as coisas boas não se esquecem, hoje veio-me a saudade de uma noite destas que passou...

Uma noite repleta de tanta coisa...

Animação
Riiiiiiiiiisos
Abraços
*** Beijos ***
Boa disposição
Pensamentos
Sentimentos
Certezas

I n c e r t e z a s
SeNsAçÕeS

Reencontros

EmOçÕeS
L,á,g,r,i,m,a,s,,,,,
Euforia
Tristeza
...Nerrrvos...
A_n_s_i_e_d_a_d_e


Promessas de nos voltarmos a ver... promessas só, eu sei...



Enfim... noites.

Aquelas noites de Verão em que tudo acontece.

Como que um corolário de muitos anos em falta com algo.



Enfim... noites.

Momentos.

Vidas que outrora se cruzaram... e que se reencontram...


08 setembro 2008

O poder do silêncio...

Devemos aprender com o silêncio a ouvir os sons interiores da nossa alma, a calar-nos nas discussões e assim evitar tragédias e desafectos...

Tudo tem um ciclo… as marés que insistem em ir e voltar, os pássaros que migram e voltam ao mesmo lugar… a Terra que faz a volta completa sobre o seu próprio eixo…

O Sol nasce e põe-se em profunda quietude… move gigantescos sistemas planetários, mas penetra suavemente pela vidraça de uma janela sem a quebrar...

Acaricia as pétalas de uma rosa sem a ferir, e beija as faces de uma criança adormecida sem a acordar… mais uma vez vamos encontrar na natureza lições preciosas a dizer-nos que o verdadeiro poder anda de mãos dadas com a quietude…

O oxigénio, poderoso mantendor da vida, penetra em nossos pulmões, circula discreto pelo nosso corpo, e nem lhe notamos a presença...

A luz, a vida e o espírito, os maiores poderes do universo, actuam com a suavidade de uma aparente ausência…

Como nos domínios da natureza, o verdadeiro poder do homem não consiste em actos de violência física… quando um homem conquista o verdadeiro poder, toda a antiga violência acaba em benevolência.

Até mesmo a morte, chega de mansinho e, como hábil cirurgiã, rompe os laços que prendem a alma ao corpo, libertando-a do cativeiro físico…

Sempre que a palavra “poder” lhe vier à mente, lembre-se do Sol… nasce e se põe em profunda quietude, move gigantescos sistemas planetários, mas penetra suavemente pela vidraça de uma janela… e nós sabemos isso, pelo calorzinho que ele proporciona…

03 setembro 2008

Tempo...


“Estou com falta de tempo!”, “Ando sem tempo!”, “Ando tão atarefada que nem tenho tempo para nada!”, “O tempo passa a correr!”, “O tempo voa!”

Estas são apenas algumas das muitas frases que ouvimos constantemente no nosso quotidiano… afinal é rara a pessoa que hoje em dia não se queixe da falta de tempo! É quase uma premissa da vida!

Mas depois… quando paramos (se é que temos tempo!) e começamos a pensar… porquê falta de tempo? Porque temos falta dele?

A resposta óbvia seria: “Oh! Tanta coisa para fazer!”

Certo. Tudo bem.

Mas muitas vezes essa “tanta coisa para fazer” vai muito além das obrigações laborais, hoje em dia estritamente impostas. Essas, enfim, temos de as cumprir… e delas não nos podemos escapulir, nem as alterar.

Mas podemos gerir o resto do tempo que fica para além do trabalho!

Se calhar temos falta de tempo, porque no restante que sobra para além do horário laboral, o preenchemos com coisas desnecessárias! Ou pelo menos que não são tão importantes assim, que mereçam o nosso tempo livre!

Por exemplo, neste mundo inconstante, muitas vezes queremos estar actualizados de tudo o que é novidade, de tudo o que acabou de sair, e das coisas todas que “estão a dar”. Este é um dos focos principais da nossa falta de tempo.

Frequentemente queremos estar a par das últimas tendências da moda, todas as semanas ir ver o que saiu de novo, e comprar algo… será que temos assim tanta necessidade de ter roupa nova todas as semanas? É preciso estar sempre a par da moda porquê? É isso que nos faz sentir bem? Precisamos assim de tanta roupa? Temos apenas um só corpo! Passar horas nas lojas a ver pedaços de pano… Vale a pena perder assim tanto tempo com isso?

Com a tecnologia em rápido desenvolvimento, muitas vezes também gostamos de estar a par dos novos telemóveis, novos DVDs, mp3, hiPod…

Para quê? Precisamos disso tudo? E de ter sempre o mais novo e último modelo? Porquê? O anterior estava estragado? Ou foi só porque há um mais moderno?

No mundo de hoje, todos esses aparelhos que nos sugam o tempo, estão em constante mutação! Simplesmente porque a tecnologia evolui à velocidade da luz! E por mais que queiramos acompanhar essa evolução, não conseguimos! E se conseguimos, ficamos esgotados, pois todos os dias há sempre algo de novo… e quando descobrimos como funciona, já outra coisa se inventou para substituir aquela…

E mesmo que tenhamos alguns objectos, mal conseguimos usufruir de todos esses que temos. E se conseguimos, estamos certamente a deixar para trás outras tantas coisas, provavelmente mais importantes…

E isto é análogo aos programas de televisão, ao estar a par das séries, dos filmes que estão em cartaz, das notícias do dia-a-dia e do que aconteceu na novela da noite anterior!

É humanamente impossível hoje em dia estarmos constantemente actualizados de tudo e a par de tudo! E se tentarmos, isso sufoca-nos!

É isso que nos rouba o tempo!

É a tentativa constante de actualização de tudo aquilo que está em permanente mutação! É um esforço sobre humano que nos impede de viver com calma e em paz!

Há que lutar contra esta exigência constante de estar “up to date” a que o mundo nos incita e obriga.

Se calhar, se soubermos seleccionar um pouco melhor aquilo que é mais importante, ou realmente importante, talvez nos sobre mais tempo…!

Se escolhermos melhor aquilo em que gastamos o nosso tempo, talvez o desperdicemos menos!

Não ter ânsia de estar sempre a par da última tendência da moda, do último telemóvel que saiu, ou até mesmo daquilo que deu na série de ontem à noite!

Porque… será isso que nos faz felizes? Ou nunca pensámos nisso? São os objectos o mais importante? Será que depois de tudo isso, temos o tempo que queríamos par estar com quem gostamos?

Huuummm… pois…

Ao libertarmo-nos dessas coisas, obrigações e objectos que nos rodeiam, libertamos a mente! Ficamos leves e prontos a assimilar coisas mais importantes!

Há que seleccionar os objectos que nos rodeiam… e distinguir entre aqueles que queremos comprar e os que realmente precisamos! Aí reside a diferença fundamental!

Pensar se é assim tão indispensável estar a par de tudo, ou se isso também não nos ocupa demasiado a cabeça…

Seleccionar também as pessoas com quem queremos realmente estar… se calhar às vezes estar com certas pessoas só por estar, talvez não adiante de muito! Era preferível estar com quem gostamos realmente… e o resto do tempo fazer uma pausa para também estarmos com nós próprios.

Afinal, se pensarmos bem, também merecemos ter tempo para nós mesmos! No fim de contas, ao longo da vida somos as únicas pessoas que haverão de estar sempre connosco…