Parabéns queridos Meridianos Paralelos. Desejo que perdures por muitos longos anos e que tenhas tudo de bom que mereces no meio desta blogosfera global impermanente, inconstante, assustadora, irrequieta, agitada, mediática, cansativa, em que qualquer coisa serve para postar, mais à procura de lucro com cliques fugazes dos leitores, do que propriamente com a satisfação de quem escreve posts.
Fazes hoje 5 anos de existência. Uma quantia bem boa relativamente à média de sobrevivência e actualização dos blogues que há tempos ouvi ser cerca de 3 meses.
Não é que ande a vir muito frequentemente aqui. Realmente não. Mas o que é facto, e o que eu acho realmente importante, é que eu não me esqueço de ti e do que significas para mim.
Por mais tempo que esteja sem estar contigo.
Por mais tempo que eu esteja ausente de ti, tu nunca estás ausente de mim.
E isso é que é especial.
E por isso, como prenda de anos, apesar tu seres sempre a minha prenda, deixo-te aqui um texto que já há tempos estou para postar aqui. E que não houve oportunidade entretanto, mas que hoje não há mais desculpas para outros entretanto's.
E este texto, de certa forma, aborda aquilo que faço através de ti. E acho que não são necessárias mais palavras. As que se seguem falam por si...
"Escrever é traduzir.
Mesmo quando estivermos a utilizar a nossa própria língua.
Transportamos
o que vemos e o que sentimos para um código convencional de signos, a
escrita... e deixamos às circunstâncias e aos acasos da comunicação, a
responsabilidade de fazer chegar à inteligência do leitor, não tanto a
integridade da experiência que nos propusemos transmitir... mas uma
sombra, ao menos, do que no fundo do nosso espírito sabemos
bem ser intraduzível.
Por exemplo, a emoção pura de um encontro, o
deslumbramento de uma descoberta, esse instante fugaz de silêncio
anterior à palavra que vai ficar na memória, como o rasto de um sonho
que o tempo não apagará por completo.
A
expressão vocabular humana não sabe ainda e provavelmente não o saberá
nunca, conhecer, reconhecer e comunicar tudo quanto é humanamente
experimentável e sensível..."
E nestes últimos tempos, tenho-me lembrado muito destes dias... :)