Ultimamente tenho andado pensativa... não é que antes não andasse, mas agora parece que tenho os pensamentos sempre direccionados para uma coisa só. E não consigo estar muito tempo sem pensar nisso, porque de certa forma até não tenho assim tanto tempo para me decidir…
Até agora sempre tive um percurso de vida bastante encaminhado, sempre soube o que ia fazer a seguir, não no dia seguinte, mas para o ano e para o outro…
Até agora sempre tive certezas acerca do que queria para o ano que se seguia.
Mas há uma altura na vida em que isso acaba, em que temos de ser nós a mexer-nos.
Aquela altura da vida em que temos de tomar decisões, e em que finalmente saímos do berço.
Crescemos.
“O que vou fazer para o ano?”
Parece uma pergunta simples, no entanto, a resposta não é nada fácil.
Nada mesmo.
Várias coisas me vêm à cabeça, umas mais aliciantes que outras, mas todas com vantagens e desvantagens.
E pesar esses aspectos positivos e negativos de cada opção não é propriamente uma tarefa fácil, porque depois cada um se conjuga com outros factores externos e internos… e… e…
E entretanto a minha cabeça começa a andar a mil à hora, e então decido parar de pensar no assunto, para não me afligir mais.
Mas passado um bocado volta-me a assolar à cabeça “O que vou fazer para o ano?”…
E assim tenho passado os dias…
Já falei com várias pessoas… umas sem dúvida, incitam-me a optar por uma coisa, outras defendem veementemente outra… e no meio estou eu a balançar…
Se calhar até existem mais opções dentro do ramo em que estou, provavelmente muitas me hão de escapar da lista que tenho como as que posso tomar. Penso que a Geografia, e mais concretamente o Urbanismo, são áreas tão vastas e podem ser tão bem aproveitadas e exploradas, que dada a necessidade que o país tem de pessoas com formação nestes campos, só é pena a conjuntura estar no estado em que a vemos!
Queixam-se de que os jovens não têm iniciativa, pudera! Quando a têm cortam-lhes as pernas!
Não havemos de ficar desmotivados assim! Qual é o entusiasmo de um aluno que entra para um curso, sabendo logo à partida que dificilmente arranjará emprego?
Mesmo assim, penso que muitos de nós ainda são bastante entusiastas, inovadores, optimistas e com iniciativa… mesmo com tudo o que existe, e com as condições que se lhes deparam.
Mas voltando atrás… não dispersando… qualquer dia continuo este à parte que comecei…
Há alturas na vida em que a pessoa sente que já devia ter feito certas coisas… e que pensa se agora não será já demasiado tarde para elas… Mas pensa igualmente “Hey! Ainda és tão nova, tens a vida pela frente!”
Por outro lado vejo pessoas que arriscaram na vida e que nem por isso se estão a dar mal… que continuam saboreando fluidamente os dias e o que de melhor a vida tem para lhes oferecer… logo porquê haveria eu de me dar mal?
Porquê não ir? Mas para onde? Com quem? Sozinha?
Tenho alguma coisa a perder?
Porquê não tentar?
E é por estas certezas, dúvidas, contradições, incertezas… que eu tenho andado…