Parar para pensar. É exactamente o que me apetecia agora mesmo.
Parar para pensar. Nem que fosse só um bocadinho. Só um par de minutos.
Esta corrida desenfreada não deixa vestígios de pensamentos caídos por terra. Nenhuns ficaram para trás, porque nem sequer houve tempo para os ter.
E eu só queria ter uns. Só durante um bocadinho.
Fazer uma pausa eterna durante uns efémeros minutos.
Só para pensar, pôr as ideias em ordem, organizar uns pensamentos, fechar os olhos e submergir por uns minutos em meditação profunda de coisas que, até podem ser banais, ou não.
Apenas pelo prazer de parar um pouco e pensar nelas.
E restabelecer.
Parar, pensar, e fechar os olhos um pouco. Mas um fechar propositado e sentido. Para reflectir sobre o fechar de olhos involuntário que constantemente é a base do nosso dia-a-dia, viver de olhos fechados, às cegas, às escuras, no meio da luz do dia... sozinhos no meio da multidão... e perdidos em casa.
O que estou aqui a fazer? O que é suposto eu andar aqui a fazer? O que eu gostaria de estar realmente a fazer? O que posso fazer?
E agora, no cruzamento viro à esquerda ou à direita? Ou sigo em frente? Ou volto atrás e enfio-me pelo atalho de terra batida que estava antes do cruzamento e que vai dar a um lago imenso, negro como bréu, que espelha o céu, as nuvens e as estrelas em noite de luar doce, e que nos embala num fechar de olhos...
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